Diversas obras oferecem traduções do texto da Torá para o português. Muitas delas incluem comentários e também as haftarót (plural de haftará) necessários tanto para o uso em sinagogas como para o estudo.

Nenhuma delas, porém, aproxima o leitor da compreensão do judaísmo liberal. Não existia até agora no mercado editorial brasileiro uma edição do Chumash com comentário sobre as leituras semanais da Torá baseados em conceitos modernos e inclusivos.

O livro A Lei de Moisés, o Chumash mais popularmente usado até hoje por alunos de escolas judaicas, estudantes de Bar-Bat Mitsvá e em atividades de estudos em sinagogas contém conceitos dissonantes da visão de mundo da maioria dos judeus do Brasil.

Por exemplo, trechos como “a menina virgem que sai sozinha à rua se expõe ao abismo” e “os convertidos são a causa dos desvios de conduta do povo judeu”.

A publicação do Chumash do Rabino Plaut muda tudo ao se utilizar não só de conceitos contemporâneos, mas também de uma linguagem mais moderna. Veja mais este exemplo:

Onde o Chumash A Lei de Moisés diz “E todo que abrir a matriz da jumenta, remi-lo-ás por carneiro”, o Chumash Plaut opta por traduzir como “Mas o primogênito do jumento você resgatará com um cordeiro”.

Em seu trabalho de edição do Chumash, o Rabino Plaut não se limitou a compilar apenas uma tradução da Torá e de alguns comentários, tal como a maior parte dos outros livros. Sua escolha foi por um obra completa, com extensos comentários, ensaios e inúmeras fontes: de sábios do Talmud a rabinos contemporâneos; de fontes históricas a achados arqueológicos; dos Evangelhos ao Corão; de Fílon de Alexandria a Shakespeare; de Maimônides a Nechama Leibowitz.

Mesmo baseando-se em conceitos fundamentais do judaísmo liberal, o Chumash Plaut é recheado de citações os que contradizem esta visão. Tal como nos diz a tradição judaica: “a casa de Hillel (mais leniente) tem mais autoridade do que a casa de Shammai (mais estrita), porque a primeira cita a segunda, enquanto que a segunda não cita a primeira”.

O Chumash Plaut é uma formidável ferramenta educacional para todos os níveis de conhecimento, oferecendo uma visão muito ampla da Torá não só para leitura individual como estudos coletivos e promete revolucionar a forma como os judeus brasileiros entendem a Torá. Através do convencimento e não da imposição. Por vias racionais e não supersticiosas. Criando amor e não temor.